Greve continua ampliando e repercute na imprensa
A greve dos servidores públicos está conseguindo romper o silêncio da grande imprensa, sempre preocupada em agradar o governo e assegurar suas verbas publicitárias.
O Jornal Nacional, da Globo, mostrou na segunda-feira (9) reportagem de dois minutos, destacando que 300 mil servidores estão paralisados em todo o país, afetando 26 setores. Com imagens de mobilizações e dos ministérios cheios de cartazes e faixas sobre a greve, a reportagem apontou três das principais reivindicações: reajustes de salários, melhorias nas carreiras e realização de concursos públicos, temas de amplo apoio social.
Claro que a matéria não foi equilibrada. A versão do governo ganhou mais espaços, inclusive a alegação de que as reivindicações dos servidores exigiriam R$ 92 bilhões por ano para serem atendidas. Número totalmente questionável, eis que o governo não abre os dados para a negociação.
No Jornal de Brasília, também de segunda-feira, a manchete foi: “Servidor decide manter a greve – Reunião entre sindicalistas e o governo não consegue romper o impasse”. A Fenasps esteve presente na citada reunião com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. Mais uma vez o governo não apresentou propostas, portanto não houve negociação. Ficou acertado apenas nova reunião para o próximo dia 18.
Nesta terça-feira (10), dezenas de portais de notícias na internet deram divulgação à informação de que “Governo não cumprirá ameaça de cortar salário dos servidores“. A matéria foi publicada, por exemplo, nos sites de O Dia, Terra, BandNews, Exame, Diário do Comércio e Indústria, O Globo, Diário do Pernambuco e até na Agência Brasil, que é oficial.
Outros destaques da terça-feira, na imprensa e na internet, foram:
- “INCRA paralisa suas atividades e adere à greve nacional”;
- “Funai mantém greve até governo negociar”;
- “Servidores em greve ocupam prédio da reitoria da UFRGS”;
- “Servidores federais fazem protesto em Curitiba”;
- “CUT admite greve geral contra Dilma” e dezenas de outras.
Nas redes sociais, é intensa a mobilização de milhões de pessoas, postando vídeos, charges e notícias. Mostram as péssimas condições de escolas, postos de saúde e outras áreas. Grande número pede à Dilma para abrir, de fato, negociações.
Assim, informações sobre a greve ganham a opinião pública. As entidades que, há vários anos, desenvolvem campanhas salariais conjuntas, estão criando condições para negociar ganhos reais, superando preconceitos e informações falsas plantadas por aqueles que defendem o Estado Mínimo e o neoliberalismo.
A hora é agora. O Sintsprev/MG conclama os servidores da Saúde, da Previdência Social, do Trabalho e da Assistência Social a discutirem em seus locais de trabalho formas de mobilização e iniciativas a serem realizadas. Somente com luta conquistamos direitos.
Sintsprev/MG – Diretoria Colegiada
10 de julho de 2012