INTRANSIGÊNCIA, DESCASO E FALTA DE RESPEITO!
Além de aguardarmos por duas horas, o Secretário resolveu nos atender junto com os
servidores em greve da SPU, mesmo sabendo que se tratava de demandas diferentes, e ainda com tempo limitado para a reunião.
Logo no início, reivindicamos a presença de um representante por estado para acompanhar a reunião, sendo acordado que estes poderiam participar, mas na condição de ouvintes, sendo que somente 05 pessoas poderiam falar representando os servidores da SPU e 05 do nosso órgão.
O Secretário então nos informou que só dispunha de 40 minutos para nos atender, pois teria outra reunião agendada com os servidores em greve do IBAMA.
Ele separou a reunião em duas partes, sendo a primeira para tratar da demanda dos
servidores em greve da SPU e a segunda sobre a nossa situação.
Quando apresentamos, mais uma vez, todo o histórico do nosso movimento e a nossa
principal reivindicação, o secretário já se irritou com a explanação, dizendo que se a fala demorasse muito os outros não teriam tempo para falar. Durante a segunda intervenção que foi sobre o desconto dos dias parados, foi afirmado aos gritos pelo secretário que descontaria os dias parados de qualquer greve. E quando foi cobrado qual seria o embasamento legal para essa atitude autoritária, ele afirmou que a discussão não era do ponto de vista legal, e sim político.
Quando retrucamos ao perguntar qual seria o motivo de um governo que se diz “representante da classe trabalhadora” se utilizar de um decreto do governo FHC para punir os grevistas, novamente se irritou afirmando que a questão era de política de governo.
Afirmou categoricamente que não há discussão de carreira específica para os servidores do MTE, e que entende que esta greve é desproporcional, pois segundo ele nós não estamos respeitando o acordo assinado até dezembro de 2010.
A realidade exposta durante a reunião foi a de que recebemos o pior salário da Administração Pública Federal, o que tem acarretado cerca de 20 pedidos de exoneração por semana, já que a maioria dos recém-concursados está sendo aprovada em outros concursos, comprovando que a “política” de pessoal adotada pelo Governo Federal para o Ministério do Trabalho e Emprego prejudica todos os trabalhadores e só interessa aos maus patrões, fomentando o trabalho ilegal, o trabalho escravo e o trabalho infantil. Mesmo ciente desta grave realidade no âmbito do MTE, não conseguimos sensibilizar o preposto do governo para que este negociasse as nossas justas reivindicações.
Durante toda a reunião, o Sr. Duvanier Paiva se mostrou bastante agressivo, demonstrando muita irritação, e descontrole emocional, sendo que por diversas vezes alterou a voz. Batendo na mesa em atitude de patente intimidação para com a classe trabalhadora, deixou claro que só abriria um processo negocial mediante a suspensão da greve pela segunda vez.
Sobre os dias parados, o Secretário de RH do MTE, Luiz Eduardo, afirmou que o valor de R$ 300,00 foi um cálculo que segundo ele seria suportável para os servidores, já que não ultrapassaria o limite de 30% dos nossos salários. O Duvanier já tinha afirmado em reunião anterior com as entidades que faria o desconto para independente da terem em mãos os nomes dos grevistas.
Apesar de tentarmos estabelecer o diálogo, não foi possível devido à intransigência, o desrespeito e o descaso dispensado pela Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – SRH/MPOG aos representantes dos servidores do Ministério do Trabalho e Emprego.
Ficou evidente que o governo Lula quer derrotar os grevistas pelo grito e pelo autoritarismo. Como também ficou latente que o Sr. Duvanier não tem o menor preparo para tratar os conflitos existentes, pois tenta esgotar qualquer possiibilidade de negociação com os servidores em Greve, sejam estes do MTE ou outra categoria. As cenas que foram assistidas nessa reunião, somente tiveram paralelos com o governo Militar, raramente ocorrem nos últimos 20 anos da história de luta dos servidores públicos federais.
O Sr. Duvanier mostrou bem o caráter desse governo, “370 bilhões para as grandes
empresas e bancos, e para os servidores nenhum tostão.
O tratamento discriminatório imposto aos servidores do MTE não detém justificativa!
Como justificar que o salário inicial dos companheiros do MPU é de R$ 4.500,00 e do INSS é de R$ 3.180,00 enquanto do MTE é de apenas R$ 1.900,00? Isto é “política” de pessoal?
Os Servidores do MTE com coragem e determinação, ousaram escrever sua própria história e persistem na luta para fazer do sonho uma realidade. Vamos continuar firmes e unidos fortalecendo nossa mobilização para conquistar o atendimento de nossas reivindicações.
Este é um momento em que todos devem participar do movimento. A categoria foi tratada com desrespeito e descaso pelo preposto do governo. A greve é um instrumento legítimo dos trabalhadores e não pode ser tratada com medidas punitivas e coercitivas.
VAMOS FORTALECER A LUTA!
Brasília, 29 de abril DE 2010.
COMANDO NACIONAL DE GREVE DOS SERVIDORES DO MTE-CNG