Lutar em defesa da democracia para derrotar o fascismo!
Mais um capítulo da democracia está prestes a ser escrito neste domingo, 7 de outubro, quando mais de 140 milhões de eleitores e eleitoras brasileiros(as) decidirão quem ocupará os cargos nas assembleias estaduais (distrital, em Brasília), na Câmara dos Deputados, no Senado, na liderança dos 26 estados e no Distrito Federal, e, por fim, no Palácio do Planalto.
Para além de ser marcada por uma disputa tão polarizada como há muito não se via neste período da nova república, iniciada a partir do fim da ditadura militar, em 1985, as eleições de 2018 mostram o quão tênue é fio que sustenta a democracia.
Grande parte do eleitorado brasileiro, segundo as pesquisas de credibilidade duvidosa (o Ibope na segunda-feira, 1° de outubro, registrou 101% na soma de intenção de votos, e na quarta, dia 3, aumentou a suspeitaquando a soma deu 99%) encomendadas pelos grandes veículos da mídia nacional, está tendendo a votar no candidato Jair Bolsonaro, na esperança de que ele, que se gaba de não estar no rol de investigados pela operação Lava-jato, seja representante da mudança e moralização do Congresso Nacional, após anos de repercussão negativa em relação aos governos do PT, principalmente de Dilma Rousseff, e do ultra-rejeitado Michel Temer.
O que muitos eleitores(as), cegados por uma campanha contra governos democráticos feita pela mídia, e que, ironicamente, foi atenuada diante do vice da chapa petista em 2014, Michel Temer, não conseguem perceber é que, uma vez eleito, o candidato do PSL pode sim trazer uma drástica mudança à democracia: só que para pior, como veremos a seguir.
Ao ofender uma colega de Câmara, afirmando que era feia demais até para ser estuprada, em 2014, o parlamentar chamou atenção internacional, a ponto do jornal francês ‘Le Monde’ classifica-lo como “misógino, homofóbico, racista e atrevido”.
Quando, em 2016, Bolsonaro deu vivas ao coronel Ustra, demonstrando veneração por um militar que promoveu torturas nas masmorras do DOI-CODI, onde prisioneiros políticos contrários à ditadura eram levados, o deputado revelou seu modelo de governo ideal: ame-o, ou deixe-o.
A lista de impropérios desferidos pelo candidato líder nas pesquisas é extensa demais para este artigo, a ponto de cansar seu leitor. Mas não se pode deixar de destacar uma declaração, fazendo coro a seu vice, quando afirma que o 13° salário é um benefício dispensável, em que declarou que o “trabalhador deve escolher entre mais direito e menos emprego, ou menos direito e mais emprego”. Ao mesmo tempo em que afirma não abrir mão de seus benefícios enquanto parlamentar. Faça o que digo, mas…
Para uma entidade que luta há mais de 34 anos por um país mais justo para todos, mais igualitário entre as classes e que definitivamente respeite as conquistas dos(as) trabalhadores(as), que lutam organizados há pelos menos dois séculos, estas são declarações absolutamente fascistas, na medida em que despreza os seres humanos e suas particularidades, que pode resultar num governo autoritário e militarizado que inverte os valores sociais à sua vontade.
Não aceitaremos qualquer redução dos direitos duramente conquistados por gerações de trabalhadores(as) no Brasil, bem como mundo afora. Não compactuamos e veementemente repudiamos a diferenciação de gênero, raça, cor, etnia e orientação sexual.
A Fenasps é uma entidade plural e que acredita na força do coletivo, na força da classe trabalhadora, mesmo diante dos mais profundos ataques que os detentores do poder, isto é, as classes dominantes e o grande capital internacional, desferem sobre nós.
Vale ressaltar ainda que esta federação não tem caráter político-partidário, conforme prevê seu estatuto, e, portanto, não compete a ela sugerir ou indicar quaisquer candidatos que participem dos processos eleitorais para os parlamentos nacionais.
Entretanto, neste mesmo artigo estatutário ratificamos que a Fenasps é uma entidade democrática e acredita e trabalha para a manutenção deste pilar na nossa sociedade, o que nos leva a rechaçar toda e qualquer ameaça autoritária que paire sobre os princípios republicanos no país.
Por fim, qualquer um dos candidatos que vencer as eleições neste outubro, nós estaremos na luta, nas ruas, em atos e protestos, em defesa dos trabalhadores, dos serviços públicos à população e para melhores condições de trabalho e remuneração aos servidores, sempre. Mas, para nós, nossa principal bandeira neste momento é #EleNão.
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Fenasps e sindicatos filiados