Mesmo em isolamento, este 1º de Maio será de luta!
O Dia do Trabalho, também conhecido como Dia do Trabalhador, é comemorado em 1º de maio. No Brasil e em vários países do mundo é um feriado nacional, dedicado a festas, manifestações, passeatas, exposições e eventos reivindicatórios e de conscientização.
A História do Dia do Trabalho remonta ao ano de 1886, na industrializada cidade de Chicago, nos Estados Unidos. No dia 1º de maio daquele ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Neste mesmo dia ocorreu nos Estados Unidos uma grande greve geral dos trabalhadores.
Dois dias após os acontecimentos, um conflito envolvendo policiais e trabalhadores provocou a morte de alguns manifestantes. Este fato gerou revolta nos trabalhadores, provocando outros enfrentamentos com policiais. No dia 4 de maio, num conflito de rua, manifestantes atiraram uma bomba nos policiais, provocando a morte de sete deles. Foi o estopim para que os policiais começassem a atirar no grupo de manifestantes. O resultado foi a morte de doze manifestantes e dezenas de pessoas feridas.
Foram dias marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida em Paris em 20 de junho de 1889, criou o Dia Internacional dos Trabalhadores, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.
Aqui no Brasil, existem relatos de que a data é comemorada desde o ano de 1895. Porém, foi somente em 26 de setembro de 1924 que esta data se tornou oficial, após a criação do Decreto nº 4.859 do então presidente Arthur da Silva Bernardes. Neste decreto, Arthur Bernardes estabeleceu a data como feriado nacional, que deveria ser destinado à comemoração dos mártires do trabalho e confraternização das classes operárias.
Porém, nas décadas de 1930 e 1940, o presidente Getúlio Vargas passou a utilizar a data para divulgar a criação de leis e benefícios trabalhistas. O caráter de protesto da data foi deixado de lado, passando assumir um viés comemorativo. Vargas passou a chamar a data de “Dia do Trabalhador”.
Em 1940, no 1º de maio, o presidente Getúlio Vargas instituiu o salário mínimo, que foi criado com objetivo de suprir as necessidades básicas de uma família (moradia, alimentação, saúde, vestuário, educação e lazer). No ano seguinte, a data marca a criação da Justiça do Trabalho, destinada a resolver questões judiciais relacionadas, especificamente, as relações de trabalho e aos direitos dos trabalhadores.
Além do Brasil, cerca de oitenta países consideram o Dia Internacional do Trabalhador um dia de folga, entre eles Portugal, Rússia, Espanha, França e Japão. Ironicamente, nos Estados Unidos, local onde ocorreu a mobilização que deu origem à data, este dia não é reconhecido como feriado.
No Brasil atual, o 1º de Maio passou a ser comemorado como DIA DE LUTA DOS TRABALHADORES, e os motivos são muitos: mão-de-obra barata e sem direitos garantidos, inexistência de políticas públicas de proteção ao trabalho e à Saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, sindicalismo perseguido pelo governo e patrões, homens e mulheres discriminados em salários, e péssima distribuição de renda. Por isso é importante que a classe trabalhadora se mobilize e lute para conquistar avanços na vida profissional e salário digno. E, nesta luta, é imprescindível destacamos a participação dos(as) servidores(as) públicos(as) na luta por serviços públicos gratuitos e de qualidade para toda a população.
Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador?
Nos últimos anos a expressão “Dia do Trabalhador” ou “Dia dos Trabalhadores” passou a ser muito utilizada em referência à data comemorativa do dia 1º de Maio. Muitas pessoas consideram ser mais adequada esta segunda opção, pois faz referência ao trabalhador (merecedor da comemoração). Para estas pessoas, chamar a data de “Dia do Trabalho” não é o mais adequado, pois enfatiza o trabalho (ato de criar e produzir bens e serviços em troca de uma remuneração). Porém, no Brasil atual, as duas opções ainda são muito usadas.*
1º de Maio atípico
O 1º de Maio, um dia em que a classe trabalhadora historicamente ocupa as ruas, por todo o mundo, em defesa de seus direitos e lutando por sociedades mais igualitárias, neste ano de 2020 será atípico.
A maior pandemia em 100 anos, causada pelo novo coronavírus (Covid-19), impossibilita aglomerações e atos nas ruas. Mas isso não é motivo para a classe trabalhadora se desmobilizar: muito pelo contrário! Em todo o planeta, trabalhadores(as), mesmo em condições de isolamento social, protestarão contra este sistema que tenta descarregar a crise econômica, agravada sobremaneira com a situação sanitária atual, nas costas dos(as) que vivem do emprego. Este é, mais do que nunca, o momento de protestar e lutar pela manutenção dos nossos direitos!
No Brasil, os(as) trabalhadores(as) estão diante de grandes ataques. Para começar, o próprio presidente da República, de forma genocida, quer empurrar milhões de brasileiros para a cova, ao afrouxar as medidas de isolamento social propostas pela OMS e todas as autoridades de saúde no mundo. Essa mesma atitude arrasou a Itália e tornou os Estados Unidos no epicentro da Covid-19, com mais de um milhão de infectados(as) antes do fim de abril.
Nessa terça-feira, 28 de abril, o Brasil atingiu a marca de 70 mil casos confirmados e cinco mil óbitos causados pela Covid-19, ultrapassando a marca da China, país de onde a pandemia surgiu, ainda em 2019. Ao ser perguntado sobre isso, Jair Bolsonaro ironizou: “e daí?“
Este é o líder do governo brasileiro, que, como forma de ‘proteção social’, oferece míseros R$600 (sequer um salário-mínimo) para os desempregados e trabalhadores(as) informais, sem sequer consegue promover uma solução viável aos milhões que aguardam na fila virtual do INSS por seus direitos previdenciários.
A situação da população brasileira é agravada com o permanente sucateamento do Sistema Único de Saúde (SUS), que vem sofrendo de forma mais aguda desde a promulgação da Emenda Constitucional (EC) nº 95, que congela investimentos públicos até 2036. Por outro lado, a falta de fornecimento de EPIs expõe ainda mais os(as) servidores(as) do Seguro e da Seguridade Social, que lidam principalmente com pessoas do grupo de risco de infecção pela Covid-19.
Enquanto isso, grandes fortunas continuam intocadas, e, em tenebrosas transações, vultosas somas de dinheiro público são usadas para o pagamento da dívida pública, que só cresce, para salvar os bancos, que, mesmo diante de uma grave crise em 2019, registraram lucro superior a 30%.
Corrosão do governo Bolsonaro
O governo Bolsonaro vem se mostrando absolutamente incapaz de garantir a defesa da vida dos(as) trabalhadores(as) e o sustento necessário para a população permanecer em casa. Agora, com as denúncias feitas pelo seu ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, que, aliás, sempre foi seu fiel colaborador, Bolsonaro colocou-se em uma situação insustentável. Inúmeras organizações têm assumido a necessidade de derrubar esse governo, exigindo o Fora Bolsonaro!
Apesar de difícil, para este momento de isolamento é necessário que os trabalhadores(as) se unam, se organizem, e resistam aos ataques deste governo. Grande parte do Congresso Nacional, alinhada às vis políticas federais, apoia o corte de salários dos(as) trabalhadores(as) do setor público e da iniciativa privada para ‘salvar a economia’ do país.
Por isso, a Fenasps e seus sindicatos filiados conclamam aos(às) trabalhadores(as) a realizarem nesta sexta-feira, 1º de maio, um grande panelaço, às 20h30, em defesa da vida e exigir Fora Bolsonaro e Mourão, já! Às 11h do dia 1º, participe da live da CSP-Conlutas (clique na imagem abaixo), uma transmissão feita por trabalhadores(as) e para trabalhadores(as), sem precisar se aliar a setores conservadores.
O ISOLAMENTO SOCIAL É O MEIO MAIS EFICAZ DE CONTER A DISSEMINAÇÃO DO NOVO CORONAVÍRUS!
FIQUE EM CASA, MAS NÃO SEM LUTA! A VIDA ACIMA DO LUCRO!
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*Com informações do portal suapesquisa.com