Dilma pode extinguir o Ministério do Trabalho, mas ministro minimiza iminente queda da Esplanada
Carlos Lupi tenta segurar o emprego prometendo se demitir em março do ano que vem, mas o Palácio do Planalto acha tempo demais. Na realidade, o ministro do Trabalho de fato é o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que define a política da pasta e negocia com as centrais sindicais. Resta ao ministro Carlos Lupi, atualmente, uma única tarefa: a leitura, diante de repórteres, dos índices de carteiras assinadas.
O ministro do Trabalho minimizou no sábado 1º de outubro os comentários sobre o alcance da “faxina” promovida pela presidenta Dilma Rousseff em ministérios, podendo atingir a pasta. A possibilidade, cogitada por assessores do governo no momento mais turbulento envolvendo investigações no Ministério dos Transportes, seria defendida por algumas pessoas que desejam a queda de Lupi, segundo análise do próprio ministro.
“Àqueles que desejam (a queda), falo sempre uma coisa. Eu sou cana de canavial, que é uma planta que você queima, corta, e ela brota. Sabe por quê? Porque ela tem raiz profunda. Ela busca a água”, disse. “Para me cortarem e para me queimarem, muitos podem (tentar) fazer. Mas não vão conseguir”, complementou.
O ministro destacou que está na política há 35 anos e que nunca teve o nome envolvido em irregularidades. “Não existe um fato que envolva Carlos Lupi com coisa errada”, ressaltou. Lupi tem sido alvo de uma série de acusações por parte da oposição. Na terça-feira passada, o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP) entrou com duas representações, uma na Procuradoria Geral da República e outra no Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF), contra Lupi. A oposição pede que seja feito um pente-fino nos órgãos de investigação a respeito de um possível aparelhamento do Ministério do Trabalho.
Fonte:
Jornal do Brasil – Agência Estado11 de outubro de 2011