Críticas marcam abertura de IX Congresso do Sintsprev/MG
Fortes críticas ao governo federal marcaram a abertura do IX Congresso Estadual do Sintsprev/MG, sindicato das categorias dos Trabalhadores em Saúde, Assistência, Trabalho e Previdência Social, realizada nesta sexta-feira (25), na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Na primeira mesa de debates, sobre conjuntura nacional e internacional, Fábio Martins Bezerra, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifet/MG), destacou a gravidade da crise mundial enfrentada pelo sistema capitalista. Bezerra ressaltou não se tratar apenas de uma crise financeira, como os governos e a imprensa liberal fazem questão de divulgar. Para ele, as dificuldades são cíclicas e tendem a se aprofundar.
Lujan Barcelar Miranda, representante da INTERSINDICAL, advogada, assessora sindical e artesã, por sua vez, destacou a importância da construção de instrumentos de luta que unifiquem as lutas dos trabalhadores e dos setores populares. Ela lembrou que o Governo Dilma dá prosseguimento ao projeto neoliberal, iniciado por FHC.
José Maria de Almeida, diretor da CSP-CONLUTAS e ex-dirigente sindical, afirmou que, apesar do governo Dilma insistir no discurso da “marolinha”, de que o Brasil estaria isento da crise, são adotadas as mesmas providências de países em profunda crise. José Maria listou, entre outras dessas medidas, os cortes em investimentos sociais em saúde e educação, por exemplo, a precarização das relações de trabalho e o arrocho nos valores dos benefícios previdenciários, massacrando aposentados e pensionistas, dos regimes Geral e próprios.
O diretor da Conlutas destacou que os cerca de 23 a 24 trilhões de dólares de recursos públicos, utilizados para “salvar” grandes bancos e empresas privadas estão sendo cobrados dos trabalhadores e das populações, inclusive do Brasil.
Para explicar porque o governo Dilma, assim como os anteriores, apesar de registrar recordes seguidos de arrecadação de impostos, mantém e amplia os cortes sociais e em investimentos, o economista Rodrigo Ávila, da ong Auditoria Cidadã da Dívida, apresentou dados e gráficos sobre os gastos públicos. Mostrou, por exemplo, que quase 50% de toda a arrecadação federal é destinada ao pagamento de juros e serviços da dívida. Com essa prioridade, praticamente, não resta recursos para o que realmente interessa.
Os debates prosseguem no sábado, sobre o Plano de Carreiras do Seguro e da Seguridade Social, sobre a política de saúde dos trabalhadores, sobre o plano de saúde GEAP e ainda informes jurídicos.
No terceiro e último dia do congresso, domingo (27), acontecerá assembleia geral para discussão e aprovação de reforma estatutária, O encontro tem como tema central “Avançar na resistência para garantir direitos”.