segunda-feira, 03/09/12

Acordos de Greve e os ataques aos Trabalhadores


greve2Os trabalhadores do Serviço Público realizam uma greve poderosa que mexeu com as estruturas do poder econômico e político. O movimento que começou com os professores Federais em maio deste ano ganhou força com adesão dos trabalhadores da Saúde e outros setores do Funcionalismo Federal, principalmente a paralisação dos trabalhadores da ANVISA, que provocou engarrafamento de navios nos portos, além da paralisação nos aeroportos e nos postos de fronteira.


O Governo Dilma, determinado a manter a política de congelamento salarial, adotou medidas autoritárias, determinando corte de salários e decretou para substituir grevistas (Decreto nº 7777/12). Mas a greve ganhou novos contornos com adesão das Policias Federal e Rodoviária, do Ministério da Agricultura e Operação-padrão da Receita Federal, provocando grande caos em todo o país, rodovias paralisadas, aeroportos superlotados de passageiros e fronteiras com grandes engarrafamentos, porque os servidores estavam exercendo como manda a constituição, uma fiscalização rigorosa em todos os setores de transporte do País.


Dispostos a lutar sem tréguas, os Servidores Federais na semana de 13 a 20 de agosto/12, acamparam em Brasília unificando na luta os diferentes setores do funcionalismo público federal. As atividades de rua e as ações conjuntas do funcionalismo desgastaram a imagem do governo, que, sem saída, foi obrigado a apresentar uma proposta de reajuste salarial de 15,8%, que deveria ser aplicado em três anos (2013 a 2015) sobre a folha salarial de cada categoria mediante negociação com as entidades.


A maioria absoluta das entidades não aceitou a proposta e a greve continuou. Porém, o governo foi inflexível, argumentando que somente poderiam ter correção nos salários e receber os salários descontados de volta quem suspendesse a greve e assinasse um termo de acordo, concordando em receber este reajuste em três anos.


Na ultima reunião realizada dia 28 de agosto, o Ministério do Planejamento apresentou uma proposta de tabela para correção dos salários dos servidores do INSS aplicando os 15,8%, que fortalece a política de gratificação do governo e mais uma vez discrimina os aposentados e pensionistas: os servidores receberão apenas 20% no vencimento básico e 80% sobre a GDASS.


A FENASPS encaminhou a proposta para discutir nas Assembleias Estaduais de greve, propôs ao governo que pudesse fazer reestruturação das carreiras, corrigir igualmente os salários dos ativos e aposentados, mantendo a paridade, e pudéssemos continuar a discussão sobre outros pontos da reivindicação como mudança na forma de avaliação de desempenho, reestruturação das carreiras, aumento nos benefícios sociais, vale-refeição e auxilio-saúde.


Os representantes do governo afirmaram que poderiam fazer qualquer negociação, mas não teriam condições de aumentar o percentual de reajuste de 15,8% em três anos ou cinco por cento pagos acumuladamente.


Mas duas entidades, CONDSEF e CNTSS, ambas filiadas à CUT, que tem também servidores filiados da Seguridade Social, juntamente do governo, decidiram apresentar uma proposta de tabela ao governo, que utilizando os valores correspondentes aos 15,8%, aumentando a Gratificação de Desempenho, um prejuízo irreparável aos aposentados e pensionistas, uma vez que estes recebem apenas 50% da gratificação.


Por mais que a FENASPS tentasse mudar esta proposta, de correção igual de salários entre ativos e aposentados, o governo optou por manter a proposta das entidades alinhadas com o Palácio do Planalto que assinaram o acordo, aprofundando ainda mais os ataques aos trabalhadores, aposentados e aqueles que estão próximos a se aposentarem.


Não deveremos jamais deixar de denunciar mais esta traição, pois os valores apresentados de correção dos salários com valores maiores para os ativos e aumentando a gratificação, ajuda o governo nesta política de não valorização de salário e foi feito à custa de retirar dos aposentados e pensionistas.


Para discutir os rumos da GREVE a FENASPS convocou o pleno da Plenária Permanente para realizar reunião dia 31 de agosto e reunião ampliada dia 2 de setembro em Brasília.


Brasília, 31 de agosto de 2012

Comando Nacional de Greve

 

 

 

Quadro de greve de 31 de agosto de 2012


ESTADOS

GREVE DA SAÚDE

MG

GREVE DA SAÚDE

Em assembleia realizada dia 30/08, às 13h30, deliberaram pelo retorno ao trabalho na segunda 03/08, e continua em estado de greve.

Assembleia 18h do INSS

PR

GREVE DA SAÚDE

CURITIBA: em assembleia dia 29/08 foi deliberado a volta ao trabalho dia 29/08 a tarde, e continua em estado de greve.

 

MARINGÁ E LONDRINA: decidiram em assembleia  pela  volta ao trabalho na segunda dia 03/09.

Deliberou-se pela não assinatura do acordo econômico e somente pelo acordo do corte do ponto.

SP

GREVE DA SAÚDE

Assembleia da Saúde 30/08, deliberou-se pelo retorno ao trabalho na 2º dia 03/08, rejeição ao acordo econômico e continua em estado de greve.

INSS 31/08 reunião do comando hoje 31/08 as 18h

SC

GREVE DA SAÚDE

Em Assembleia realizada ontem dia 29/08 deliberou pelo retorno ao trabalho dia 30/08.

Deliberou também pela não assinatura do acordo, e continua em estado de greve.

Ganhou liminar corte do ponto.

RS

GREVE DA SAUDE

Em Assembleia da Saúde dia 30/08 as 14h deliberou-se pelo retorno ao trabalho na segunda dia 03/09 e continua em estado de greve, e rejeição ao acordo econômico. Dar continuidade ao processo de manutenção do comando de mobilização dos trabalhadores.

INSS dia 01/09 as 10:00 horas.

CE

GREVE DA SAÚDE

Em assembleia realizada dia 29/08 deliberou pelo retorno ao trabalho na segunda dia 03/09/12.

ES

GREVE DA SAÚDE

Em assembleia realizada ontem 29/08 deliberou pelo retorno ao trabalho hoje 30/08, deliberação pela não assinatura do acordo, não estão em estado de greve.

Assembleia geral do INSS dia 31/08 as 12:00 horas.

PA

GREVE DA SAÚDE

Em assembleia realizada hoje deliberou-se pela retorno ao trabalho na segunda déia 03/09, e continua em estado de greve, e não a assinatura do acordo econômico.

RN

GREVE DA SAÚDE

Em Assembleia realizada ontem deliberou-se pelo retorno ao trabalho. Agencias reguladoras vai enviar por escrito.

BA

Não teve greve da Saúde, só das agencias reguladoras em aguardo do resultado da assembleia

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