Lula diz que não haverá reajustes em 2010 e manda descontar dias parados de grevistas
Brasília-DF, 11 de maio de 2010
Em reunião com alguns ministros o presidente Lula comunicou a todos que não haverá qualquer reajuste salarial para os servidores públicos, seja em conjunto ou isoladamente. Esse foi um recado para aqueles servidores que estão em greve, caso do Ibama, Meio ambiente, Trabalho e Instituto Chico Mendes. Lula também pediu que a AGU faça um esforço para que as greves sejam consideradas ilegais e que os dias parados sejam descontados dos grevistas.
Lula demonstrou bastante irritação com o que chamou de “pequeno número de grevistas”, que na pinião do ministro do Planejamento Paulo Bernardo, não passam de 500 em todo o país. A partir de amanhã, dia 11, haverá esforço redobrado do governo para buscar a ilegalidade das greves. O principal argumento a ser utilizado são os acordos firmados em 2009 que concedem reajustes escalonados até 2011 , com parcelas sendo pagas na metade de 2010. A principal preocupação do governo é com a liminar obtida pelos servidores do Ministério do Trabalho junto ao STJ, o que impede o governo de descontar os dias de greve, mas isso estará sendo objeto de reunião entre o Planejamento e a AGU para tentar cassar a liminar ou apressar o julgamento sobre a legalidade da greve no MTE. A assessoria do presidente informou que Lula criticou alguns ministros que stariam fazendo “corpo mole” e não punindo ou não tentando esvaziar as greves em seus ministérios, caso do ministro José Gomes Temporão, que recebeu comissão do Sindprevs solicitando a reestruturação da carreira da Previdência, Saúde e Trabalho (Seguridade Social). O ministro Paulo Bernardo se mostrou contrariado com o que ocorreu no Paraná, quando grevistas do ministério do Trabalho conseguiram se aproximar dele cobrando soluções para a greve. Bernardo está orientando a exoneração imediata de quem ocupa cargo de confiança e ue esteja em greve. Também haverá um rigoroso controle das atividades dos grevistas nos estados, mais intensamente naqueles onde houver maior número de grevistas.
Intimidação
Para o comando de greve dos servidores do MTE as medidas anunciadas pelo governo servem como tentativa de intimidação e informou que essas medidas não vão esmorecer a mobilização dos grevistas e que confiam na manutenção da liminar obtida junto ao STJ.
Recesso branco
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), se mostrou favorável ao movimento que cresce na casa sobre a necessidade de um projeto em que seja proibida qualquer tramitação de matéria financeira
relacionada a reajuste de servidores em ano eleitoral. O deputado também defende a antecipação do chamado “recesso branco” com esforços concentrados para votação de matérias antes do início da Copa do Mundo e que a data limite para de votações seja 10 de junho, ocorrendo recesso até o final de julho.
Info DF – com Agências