França: Protestos contra Reforma da Previdência
Polícia desbloqueia uma das maiores refinarias da França
Refinaria estava paralisada há dez dias; manifestantes classificam a ação como "supressão do direito à greve".
A Polícia francesa desbloqueou à força nesta sexta-feira a refinaria de Grandpuits, nos arredores de Paris, uma das maiores do país, que tinha sido paralisada há dez dias pelos grevistas que protestam contra a reforma da previdência proposta pelo Governo.
A tomada à força acabou deixando três feridos, declarou o coordenador da união sindical CGT Total, Charles Foulard. Para ele, a ação policial significa "a supressão do direito à greve" por parte do presidente da França, Nicolas Sarkozy.
Agentes das Companhias Republicanas de Segurança (CRS) da Polícia nacional chegaram de madrugada à refinaria para desbloqueá-la. Cerca de 50 pessoas formaram um cordão humano ao redor da refinaria para tentar impedir a ação da Polícia no local.
No início da manhã, essa barreira de manifestantes foi vencida à força pelos agentes da Polícia.
As outras 11 refinarias da França estão há mais de uma semana bloqueadas pelos grevistas, que protestam contra o projeto de reforma da previdência, que tramita no Senado.
Após a operação, o Ministério do Interior explicou que a intervenção policial, "estritamente necessária", ocorreu "com tranquilidade" e sem que houvesse "nenhum incidente a lamentar".
"O único objetivo desta operação é voltar a dispor dos estoques de combustível", para "permitir aos serviços públicos e, sobretudo, aos serviços de socorro cumprir suas missões" e para "assegurar o direito de cada um à livre circulação", ressaltou o Ministério em comunicado.
O Governo, que prometeu não deixar o país sem abastecimento de combustíveis, já desbloqueou vários depósitos de gasolina paralisados pelos sindicatos de caminhoneiros e aplicou medidas para restabelecer o abastecimento. O ministro dos Transportes, Jean-Louis Borloo, afirmou hoje que, no momento, entre "20% e 21%" dos postos de gasolina continuam vazios, o que representa uma "lenta melhora" em relação aos últimos dias.
Manifestantes em toda a França protestam contra a reforma da previdência proposta pelo Governo do presidente Nicolas Sarkozy, que, entre outras medidas, pretende ampliar a idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos e a idade para aposentadoria integral de 65 para 67 anos.
Segundo uma pesquisa do instituto BVA divulgada hoje pelo "Canal Plus", 69% dos cidadãos aprovam "as greves e as manifestações" contra o projeto de lei, enquanto 29% se dizem contra.
No entanto, a mesma pesquisa indica que a maioria dos franceses (52%) desaprova o bloqueio das refinarias, que ameaçam paralisar o tráfego viário no país. Esses últimos dados de apoio às mobilizações para proteger o atual sistema de previdência foram divulgados justo no dia em que o Senado deve aprovar o texto da reforma. A votação foi prorrogada nos últimos dias mais do que o Governo queria porque a oposição prolongou o debate parlamentar para favorecer que a pressão das ruas pressionasse o Executivo.
Estima-se que os protestos voltem a um alto nível de mobilização no próximo dia 28, para quando os sindicatos convocaram uma nova greve geral. Além disso, as uniões sindicais convocaram os franceses para uma nova jornada de manifestações no dia 6 de novembro, para quando está previsto que o presidente Sarkozy assine o plano de reforma, o que marcará a entrada definitiva em vigor.
A nova convocação para greve conta com o respaldo de seis dos oito grandes sindicatos franceses. Dois deles pedem antes, em troca, um maior fortalecimento do movimento, mas também irão protestar junto às outras centrais sindicais. EFE
No início da manhã, essa barreira de manifestantes foi vencida à força pelos agentes da Polícia.
As outras 11 refinarias da França estão há mais de uma semana bloqueadas pelos grevistas, que protestam contra o projeto de reforma da previdência, que tramita no Senado.
Após a operação, o Ministério do Interior explicou que a intervenção policial, "estritamente necessária", ocorreu "com tranquilidade" e sem que houvesse "nenhum incidente a lamentar".
"O único objetivo desta operação é voltar a dispor dos estoques de combustível", para "permitir aos serviços públicos e, sobretudo, aos serviços de socorro cumprir suas missões" e para "assegurar o direito de cada um à livre circulação", ressaltou o Ministério em comunicado.
O Governo, que prometeu não deixar o país sem abastecimento de combustíveis, já desbloqueou vários depósitos de gasolina paralisados pelos sindicatos de caminhoneiros e aplicou medidas para restabelecer o abastecimento. O ministro dos Transportes, Jean-Louis Borloo, afirmou hoje que, no momento, entre "20% e 21%" dos postos de gasolina continuam vazios, o que representa uma "lenta melhora" em relação aos últimos dias.
Manifestantes em toda a França protestam contra a reforma da previdência proposta pelo Governo do presidente Nicolas Sarkozy, que, entre outras medidas, pretende ampliar a idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos e a idade para aposentadoria integral de 65 para 67 anos.
Segundo uma pesquisa do instituto BVA divulgada hoje pelo "Canal Plus", 69% dos cidadãos aprovam "as greves e as manifestações" contra o projeto de lei, enquanto 29% se dizem contra.
No entanto, a mesma pesquisa indica que a maioria dos franceses (52%) desaprova o bloqueio das refinarias, que ameaçam paralisar o tráfego viário no país. Esses últimos dados de apoio às mobilizações para proteger o atual sistema de previdência foram divulgados justo no dia em que o Senado deve aprovar o texto da reforma. A votação foi prorrogada nos últimos dias mais do que o Governo queria porque a oposição prolongou o debate parlamentar para favorecer que a pressão das ruas pressionasse o Executivo.
Estima-se que os protestos voltem a um alto nível de mobilização no próximo dia 28, para quando os sindicatos convocaram uma nova greve geral. Além disso, as uniões sindicais convocaram os franceses para uma nova jornada de manifestações no dia 6 de novembro, para quando está previsto que o presidente Sarkozy assine o plano de reforma, o que marcará a entrada definitiva em vigor.
A nova convocação para greve conta com o respaldo de seis dos oito grandes sindicatos franceses. Dois deles pedem antes, em troca, um maior fortalecimento do movimento, mas também irão protestar junto às outras centrais sindicais. EFE
Brasília-DF, 22 de outubro de 2010