MINISTRO ONYX LORENZONI MENTE OUTRA VEZ
Nessa terça-feira, 29 de março, a população brasileira ouviu estarrecida na emissora Jovem Pan News mais uma mentira de um ministro deste governo, dizendo que o INSS tem condições de trabalho, seus servidores são valorizados e que a greve tem cunho político para prejudicar o governo.
Porém, faltou a este governo ter coragem de assumir que o INSS tem mais de dois milhões e oitocentos e cinquenta mil processos em uma fila virtual gigantesca; e que as agências estão sem trabalhadores(as), com uma defasagem de cerca de 23 mil servidores(as), prejudicando de forma determinante o atendimento à população.
Com a perda do quadro funcional, o governo impôs metas de produtividade que causaram imenso adoecimento da categoria. Para ilustrar esse cenário, a Fenasps buscou dados do próprio governo, que indicavam que, em 2019, cerca de 64% dos servidores se afastaram do trabalho por motivo de adoecimento.
É fundamental ressaltar que a fila de espera na Previdência Social se deve à irresponsabilidade do governo de não resolver os problemas estruturais do INSS e não à greve deflagrada em 23 de março.
Não é novidade que o INSS enfrenta problemas estruturais, que se aprofundaram nos últimos anos. Se o Sr. ministro não tem conhecimento do nível de sucateamento das agências, informamos que várias Agências da Previdência Social (APS) espalhadas pelo país não dispõem sequer de água para os servidores(as) e a população.
O ministro expôs que valoriza os servidores, contudo não há reposição das perdas inflacionárias desde de 2017, nem mesmo o acordo de greve de 2015, previsto na Lei nº 13.324/2016, que estabeleceu compromisso para resolver os problemas das condições de trabalho com a instalação do Comitê Gestor da Carreira.
Mais uma vez, o governo não cumpriu o que acordou e os servidores e servidoras do INSS não tem nem sequer uma carreira digna! Nesse sentido, a greve deflagrada no último dia 23 março exprime que os servidores(as) estão no limite!!
A situação do INSS, a maior autarquia desse país, cujos servidores são responsáveis pelo reconhecimento de direitos previdenciários e assistenciais que mantêm a subsistência de milhares de famílias, é de total caos.
NEGOCIAÇÃO, JÁ!
A precarização das condições de trabalho dos servidores; a falta de investimento nas estruturas das unidades do INSS; o corte de R$ 1 bilhão dos recursos que mantêm o instituto; a redução no atendimento aos canais remotos; e a restrição do atendimento presencial à população compõem um projeto do governo de destruir a Previdência Social pública e entregá-la aos grandes capitais.
Os servidores(as) do INSS, em greve, exigem que o governo abra um processo concreto de negociação com relação às perdas inflacionárias, às condições de trabalho e à valorização da carreira.
Dentre as pautas está também a valorização do Serviço Público (por meio do arquivamento da PEC 32 e a revogação da Emenda 95/2016); o atendimento digno à população – para tanto é necessária a contratação de servidores por meio de concurso público – bem como o devido investimento nas estruturas das agências do INSS.
Por fim, a FENASPS salienta que a greve é em defesa do INSS e em defesa da
Previdência Social pública e dos direitos da classe trabalhadora.
Comando Nacional de Greve/FENASPS
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